sábado, setembro 7, 2024
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    Reforma tributária: especialista comenta pontos positivos e negativos

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    A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, que trata da reforma tributária, tem gerado amplo debate no cenário político e econômico do Brasil. A medida, que busca simplificar o sistema tributário brasileiro por meio da criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), divide opiniões entre especialistas e políticos.

    Para entender melhor os prós e contras dessa proposta, a Gazeta da Amazônia conversou com o advogado e economista Alexandro Encarnação, que atua no direito tributário há sete anos.

    Veja abaixo os principais pontos positivos e negativos da reforma tributária, segundo o especialista.

    Pontos positivos

    1. Simplificação do sistema tributário: a unificação de diversos impostos em um único tributo sobre o valor adicionado, como proposto pelo IBS, tende a simplificar o recolhimento de impostos pelas empresas, reduzindo a burocracia e o tempo gasto com obrigações acessórias.
    2. Estímulo à produtividade: com a eliminação da complexidade tributária, as empresas teriam mais tempo e recursos para investir em suas atividades produtivas, o que pode levar a um aumento da produtividade e competitividade do setor privado.
    3. Redução da sonegação fiscal: com um sistema tributário mais simples e transparente, a tendência é que a sonegação fiscal seja reduzida, aumentando a arrecadação do governo e possibilitando a destinação de recursos para áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
    4. Promoção do desenvolvimento regional: a criação do Fundo de Desenvolvimento Regional, financiado pelos recursos do novo imposto, tem o potencial de reduzir as desigualdades entre as regiões do país, estimulando o crescimento econômico em áreas menos desenvolvidas.

    Pontos negativos

    1. Impacto inicial sobre setores específicos: a transição para o novo sistema tributário pode causar impactos significativos em setores que são beneficiados atualmente por regimes tributários diferenciados. Alguns setores podem sofrer aumento de carga tributária, o que pode gerar resistência e dificuldades em se adaptar às mudanças.
    2. Possível aumento da carga tributária para alguns contribuintes: embora a proposta busque neutralidade na arrecadação, alguns contribuintes podem enfrentar aumento na carga tributária, especialmente se suas atividades não estiverem bem inseridas na cadeia produtiva.
    3. Complexidade na regulamentação: apesar da proposta visar a simplificação, a criação de novas regras e normas para a implementação do IBS pode gerar desafios na regulamentação, exigindo um esforço considerável das autoridades para garantir sua efetividade.
    4. Negociações políticas: a aprovação de uma reforma tributária requer um consenso entre diferentes atores políticos e interesses regionais, o que pode dificultar a tramitação e aprovação da PEC 45/2019 no Congresso Nacional.

    O economista Alexandro Encarnação aponta ainda que é preciso proceder com cautela quando o assunto é uma reforma tão extensa. “A PEC 45/2019 apresenta avanços importantes na busca por um sistema tributário mais justo e eficiente, e isso é inegável. No entanto, é fundamental que sejam realizados estudos aprofundados sobre seus impactos em setores específicos, bem como uma análise cuidadosa das possíveis repercussões na carga tributária para diferentes contribuintes”, destacou.

    O especialista destaca ainda que com uma reforma tributária bem estruturada e eficiente, o país pode atrair investimentos, estimular a produtividade, aumentar a competitividade e promover um ambiente mais favorável aos negócios, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e o bem-estar da população. “Isso torna a PEC ainda mais importante para o momento atual do país, que tenta se erguer em meio a uma crise econômica que dura quase uma década”, finalizou Encarnação.

    Leia mais:
    Arthur Lira promete votar reforma tributária até sexta
    Governadores criticam benefícios fiscais na reforma tributária
    AM tem três deputados no grupo de trabalho da Reforma Tributária

    Com informações da Gazeta da Amazônia*

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