Quase 90% das vítimas de exploração sexual em Manaus são meninas na fase da adolescência, conforme aponta dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Até abril deste ano, 14 crianças e adolescentes já foram vítimas na capital, 13 delas meninas.
Preocupados com este cenário, diversos órgãos públicos como SSP-AM, Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Justiça estão promovendo campanhas de conscientização sobre o Maio Laranja, que traz alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual celebrado nesta terça-feira(18).
De acordo com a titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Joyce Coelho, a vítima sofrerá uma mudança comportamental caso esteja sofrendo algum abuso.
“A vítima de abuso sexual fala pela linguagem corporal através da verbalização, desenhos e, dependendo da idade dessa criança, ela vai manifestar alteração de alguma forma. Elas ficam mais agressivas, passam a não gostar de determinada pessoa. Então, todas essas alterações comportamentais são indicativos de que aquela criança pode estar sofrendo algum tipo de abuso”, explicou.
Ao contrário do abuso, que é usado para satisfazer sexualmente um adulto, a exploração sexual é a utilização da vítima para fins sexuais em troca de alguma pagamento ou qualquer outro benefício. Coelho destaca que a maioria dos casos acontece no âmbito familiar, por isso é importante orientar a criança desde pequena afim de que ela saiba identificar o comportamento inadequado e possa comunicar aos responsáveis.
O Tribunal de Justiça e o Ministério Público realizarão ao longo do mês, lives e entrevistas com autoridades no assunto para conscientização da sociedade e combate ao crime. Um dos pontos destacados pelo TJAM será um curso voltado para os profissionais da rede de proteção, profissionais de educação e professores com o objetivo de reforçar as orientações relacionadas ao abuso e exploração de crianças e adolescentes.
“Muitos casos de violação são identificados pelos educadores. É nesse ambiente que várias vítimas costumam encontrar um meio para expor a situação de violência a que estão sendo submetidas, por isso é importante que professores, pedagogos, psicólogos e outros profissionais da escola estejam atentos a sinais e sintomas apresentados pelas vítimas e também estejam aptos a ajudar essas crianças e adolescentes”, observa a juíza Articlina Guimarães.
Denúncia
As denúncias sobre os crimes podem ser feitas atrás do Disk 100, Disk 190 em casos emergenciais ou flagrantes, Disk Denúncia 181, ou também podem ser registrados presencialmente na sede da Depca, localizada na Avenida Via Láctea, Conjunto Morada do Sol, bairro Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus.
Leia mais:
Com alta taxa de letalidade, DPE pede vacinação de grávidas e puérperas
Boletim aponta aumento de mortes por covid no Amazonas
David vai solicitar inclusão de jornalistas, motoristas e cobradores em vacinação contra Covid-19
(*) com informações de assessorias
