Após anunciar o encerramento da produção de celulares e a transferência das linhas de produção de monitores e notebooks para Manaus no dia 5 deste mês, a LG informou que avaliará a possibilidade de absorver trabalhadores da unidade de Taubaté (SP), através de um processo seletivo interno.
A notícia da transferência das linhas de produção para o Amazonas gerou expectativa de geração de novos postos de trabalho na capital amazonense. A reportagem solicitou informações sobre a previsão de oportunidades de emprego, mas a LG não informou se pretende fazer seleção em Manaus.
Em nota, a empresa informou: “A LG Electronics realizará a transferência das linhas de produção de monitores e notebooks para sua unidade de Manaus. Para tanto, avaliará possíveis oportunidades de absorção dos colaboradores de sua unidade de Taubaté, por meio de um processo seletivo interno”.
Na sexta-feira, 16, trabalhadores da fábrica da empresa em São Paulo promoveram carreata contra a demissão em massa. O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté afirma que as demissões podem provocar um impacto anual de R$ 44,7 milhões na economia do município.
De acordo com entidade sindical, a fábrica em São Paulo, a única da LG no Brasil que produz smartphones, tem 700 empregados diretos, sendo 400 atuando na produção de celulares e outros 300 com monitores e notebooks. Esses trabalhadores estavam em greve desde o dia 26 de março.
A greve foi deflagrada diante da ausência de informações sobre uma possível venda da divisão de celulares da LG. O sindicato afirma que acionou a empresa, mas recebeu ofícios com respostas evasivas, e um pedido de reunião com o presidente da LG não foi atendido.
Após o anúncio da troca de São Paulo pelo Amazonas, a empresa apresentou ao sindicato uma proposta de indenização aos trabalhadores, mas o pacote foi rejeitado em assembleia realizada na última segunda-feira, 13. No mesmo dia, os funcionários aprovaram greve por tempo indeterminado.
De acordo com a LG, a conclusão da transferência das linhas de produção para Manaus está prevista para o segundo semestre de 2021. A empresa sul-coreana informou que manterá no município paulista o call center e o serviço de assistência técnica, que geram 300 empregos.
Em Manaus, a LG produz apenas eletrodomésticos da chamada linha branca, como ar-condicionado, aparelho de som e geladeira. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, a fábrica no PIM (Polo Industrial de Manaus) tem cerca de 1,6 mil trabalhadores efetivos, 350 temporários e 80 terceirizados.
Prejuízos
A empresa sul-coreana informou que, desde o segundo semestre de 2015, o negócio global de celulares tem sofrido uma perda operacional por 23 trimestres consecutivos, resultando em um acumulado de aproximadamente 4,1 bilhões de dólares (US) em perdas até o final de 2020.
Sem dar mais detalhes, a LG informou que pretende “encerrar o negócio de Mobile para explorar e desenvolver uma nova competitividade futura”. A decisão, conforme a empresa, foi baseada em estudo completo de análise do portfólio de negócios e recursos tecnológicos básicos.
No entanto, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, a LG alega que na capital amazonense terá incentivos fiscais, o que não ocorre no estado de São Paulo. ainda conforme a entidade sindical, outro motivo foi o aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em São Paulo.
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