sábado, setembro 7, 2024
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    Enteado do prefeito de Manaus é acusado de matar engenheiro; prefeito se pronuncia

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    O corpo do engenheiro da Ambev, Flávio Rodrigues dos Santos, de 42 anos, foi encontrado na tarde desta segunda-feira (30), em um terreno baldio na estrada do Tarumã, próximo da Empresa Pontual, na Zona Oeste de Manaus. As primeiras informações obtidas pela polícia dão conta de que o engenheiro desapareceu na noite do último domingo (29), quando participava de uma festa na casa de Alejandro Molinha, filho da primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko Ribeiro, no Condomínio Residencial Passaredo, localizado na Avenida Carlota Bomfim, 3269, bairro da Ponta Negra.

    Alguns veículos de comunicação chegaram a noticiar nesta segunda-feira que o engenheiro teria sido morto por homens armados que teriam invadido a casa de Alejandro.

    o prefeito de Manaus, Arthur Neto, se posicionou na manhã desta terça-feira (1°), em sua página no Facebook, sobre a morte do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos. O chefe do executivo municipal sustentou que o enteado é dependente químico e que não tem ligação com o homicídio. Escrito às 5h20 da manhã de hoje, no texto, Arthur afirma que a casa foi invadida na noite do último domingo.

    Leia na íntegra a nota do prefeito:

    05:200 hs. Penso muito na generosidade da nossa gente e pouco nas pessoas de maus instintos. Valorizo a primeira, sempre. Meu enteado Alejandro, filho de minha esposa Elisabeth, é mais um dos milhões de usuários de drogas que as facções criminosas arrebanham em nossa cidade e em nosso país. Sofrido, luta contra o vício há mais de 10 anos.

    O tráfico toma conta de tudo e de muitos. Nada se faz de efetivo contra ele, que corrompe consciências e se implanta com força em Manaus. Criou uma “justiça” própria, estabelecendo a pena de morte num país que não a adota. A casa de Alejandro foi invadida na noite do último domingo. Dois homens encapuzados, “cobrando” dinheiro a um dos presentes. Um dos meninos se trancou no banheiro e Alejandro recebeu golpe de coronha que lhe abriu a cabeça. Levaram o que queriam: o rapaz Flavio, a quem “cobravam” pagamento pelo trabalho maldito que leva pessoas à perdição. Principalmente os jovens, muitos deles viciados desde 10 ou 12 anos de idade.

    Sequestraram e assassinaram Flavio, assim como sequestram e matam, todos os dias, aqueles que se tornam dependentes e não conseguem mais pagar aos seus algozes. Minha esposa entrou em desespero, quando soube que gente sem caráter tentava fazer crer que seu filho teria matado Flavio. Maldade indescritível. Alejandro saiu ferido pela truculência dos invasores e, quando o vimos, seu estado era lamentável: ferido, abatido, com medo de ser morto por tipos parecidos com os que levaram seu amigo, outra vítima das drogas, que se espalham como praga, muitas vezes perto da gente.

    Elisabeth tomou conhecimento dessa infâmia, quando Alejandro já se encaminhava para internamento numa clínica para dependentes. Revoltado com a mãe que, mais uma vez, o socorria e, outra vez mais, chorava pelo medo de perder pessoa tão amada.

    Chegaram a fazer transmissões ao vivo, inventando que Alejandro estaria, naquele momento, no Distrito Policial, onde, bem cedo, ele já prestara depoimento. Amargurou minha alma, porque se Elisabeth não fosse minha esposa, não teria havido tanta mentira e tanta tentativa de escândalo. Era a mim que queriam atingir. Talvez por ter organizado as finanças e a previdência de Manaus. Por não se conformarem com tantas obras transformadoras que varrem a cidade inteira. Por não aceitarem o respeito que o Brasil me dedica e que é o meu orgulho.
    Fiquei pensando se não estaria prejudicando a arquiteta de renome, de vida cômoda e tranquila, até me conhecer e termos decidido a partilhar a vida.

    Falo para mães e pais que, diariamente, perdem seus filhos primeiro para o tráfico e depois para a morte. Mães e pais, indefesos, que não têm voz e nem vez. Mães e pais, cujos filhos viciados, desesperados, mortos, não interessam a quem vive de fabricar manchetes. Mães e pais de cujos filhos Elisabeth procura cuidar como se fossem seus. Mães e pais que convivem com o medo e a incerteza o tempo todo. Isso mesmo que Alejandro sempre provocou em Elisabeth: sumiços, distância, vida sem sentido, desperdiçando o futuro. É triste para mim vê-la na sala ou no quarto, calada, triste, chorando, por não poder acarinhar seu menino querido.

    Botemos um ponto final: Alejandro estava recebendo amigos. Teria cabimento que sumisse por segundos e voltasse de capuz, armado (ele nunca usou nem canivete) e sequestrasse Flavio? Sim, porque o assassino desse pobre rapaz o sequestrou e, para fazer isso, teve de abrir a cabeça de Alejandro com uma coronhada. E porque Alejandro ficou parte da madrugada cercado por nós, que depois o transferimos para outro lugar, com receio de que a solidão atraísse os bandidos de novo. Sejamos claros: Alejandro é doente. Padece de um vício que não o abandona. Mas jamais foi ou será um assassino. Bem ao contrário, é vítima de gente que mata e sequestra sem remorso, movida por dinheiro imundo. Manaus está cheia de Alejandros. E de monstros que os exploram impunemente. Sociedade injusta. Pela miséria, fornece soldados para os chefões do tráfico.

    Vejo minha esposa, finalmente, conseguir dormir. Isso me acalma o coração. Sei, porém, que o despertar será outro dia de dor pelo filho isolado numa clínica. Que os assassinos de Flavio sejam logo presos e levados a julgamento. Manaus merece paz e verdade. Jamais mentiras e terror.

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