Dados do Ministério da Saúde apontam um crescimento dos casos de febre oropouche no Brasil – totalizando 5.102 casos, sendo 2.947 deles na Amazônia e 1.528 em Rondônia.
Outros estados que também registraram casos da doença são: Bahia, Acre, Espírito Santo, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Roraima, Santa Catarina, Amapá, Maranhão e Paraná. Os números foram divulgados na última terça (14) e foram atualizados até o dia 15 de março.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, alerta quanto ao espalhamento da doença pelo país:
“Há algumas semanas está acontecendo um espalhamento para outras regiões do Brasil. A gente não está só naquela concentração na Região Norte, que foi o primeiro momento. A gente acreditou que ia ficar concentrado, mas vimos que houve um espalhamento”, ressalta.
Ela esclarece ainda que foram distribuídos testes para toda a rede Lacen [laboratórios centrais], de forma a ampliar o diagnóstico correto para a doença.
Casos de Febre Oropouche no Amazonas
A Amazônia registrou a maior parte dos casos de Febre Oropouche no Brasil – ao mesmo tempo, em que também enfrentou números altíssimos nos casos de dengue. No boletim divulgado em 14 de março, pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, o estado tinha mais de 2.823 casos de dengue.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), foram 672 casos de febre oropouche em 2023, enquanto no ano anterior ocorreram 217. Com formas de transmissão parecidas, o período chuvoso, na região, provocou o aumento em ambos os índices.
O que é Febre Oropouche?
A Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus – Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). Ela é transmitida principalmente por mosquitos – que realiza a picada em uma pessoa ou animal infectado. Esse vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias e, quando ele pica uma pessoa saudável, transmite a ela.
De acordo com o Ministério da Saúde, existem dois tipos de transmissão da doença:
- Ciclo Silvestre: Os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos também podem carregar o vírus – em especial o maruim ou mosquito-pólvora, que é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
- Ciclo Urbano: Os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, pode ocasionalmente transmitir o vírus também.
Sintomas da Febre Oropouche
A pessoa infectada pode ter sintomas parecidos aos da dengue e Chikungunya, tais como:
- Dor de cabeça, dor muscular e dor nas articulações;
- Náuseas;
- Diarreia.
Com a semelhança do quadro sintomático, a importância da realização dos exames laboratoriais para diagnóstico da doença.
Prevenção à Febre Oropouche
O Ministério da Saúde recomenda evitar áreas onde há muitos mosquitos e, caso não seja possível, intensificar o uso de repelentes nas áreas expostas da pele, uso de roupas que cubram a maior parte do corpo.
Além disso, a vistoria frequente e remoção de possíveis criadouros de mosquitos, com água parada. No caso da Amazônia, a Fundação de Vigilância em Saúde recomenda ainda que, ao adentrar em locais de mata e beira de rios, a população deve fazer uso de repelentes e roupas compridas, além de usar cortina e mosquiteiros em áreas rural e silvestre.
*Yanka Senna