Desde a última semana, o Rio Grande do Sul vivencia chuvas intensas, ocasionando mortes, pessoas desabrigadas, cidades debaixo d’água e ameaçam o rompimento de barragens. Meteorologistas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), afirmam que este quadro está associado a diversos fatores atmosféricos. Entenda!
Ondas de calor vindo de outras regiões
Um dos motivos para as intensas chuvas são as ondas de calor, quem vem da região central do país (Centro-oeste, Sudeste e norte da região Sul). A alta pressão atmosféricas e a massa de ar quente, não deixa as frentes frias avançarem – ficando ‘presas’ no extremo Sul do país.
Corredor de umidade vindo da Amazônia e corrente intensa de vento
Outros agravantes são o corredor de umidade da Amazônia e as correntes de vento, que ajudam a formar as nuvens de tempestade – denominadas cavado. Os ventos sopram no sentido sul do litoral para o continente, empurrando a água da Lagoa dos Patos no sentido contrário, o que contribui com as inundações no Guaíba. Especialistas ressaltam ainda a influencia do fenômeno El Niño, que mesmo enfraquecido, ainda permanece atuante.
Relevo do Rio Grande do Sul também influencia
O acúmulo de água também sofre influência do relevo do estado gaúcho. Pelo estado predominar a planície, terreno plano, e ser cercado de montanhas, suas áreas ficam a poucos metros do nível do mar, favorecendo o alagamento.
A capital, Porto Alegre, é delimitada de um lado por 40 morros e de outros pela orla fluvial do lago Guaíba – este lago é o encontro de cinco rios Taquari-Antas, Gravataí, Sinos, Caí e Jacuí. Ele recebe a água desses rios e da chuva, antes de desaguar no Oceano Atlântico.
No entanto, com as fortes chuvas, a capacidade do lago foi ultrapassando, chegando à inundação e atingindo a um nível de 5,30 metros, na última segunda (06) – mais de meio metro acima do que foi registra na histórica enchente de 1941.
Veja antes e depois do Rio Grande do Sul
Imagens de satélite, captada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram o efeito provocado pelas chuvas dos últimos dias no Rio Grande do Sul.
Calamidade pública no Rio Grande do Sul
Nesta terça (07), a Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou para 90o número de mortos, 132 desaparecidos e 361 feridos, em razão dos temporais que atingem o estado. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, declarou estado de calamidade pública nos municípios afetados pelo temporal.
*Yanka Senna