Na tarde desta quinta-feira (29), a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou o primeiro caso de febre Oropouche no estado. O paciente, um homem de 42 anos residente na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, teve o diagnóstico confirmado por meio de exame laboratorial realizado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Caso “importado”
O quadro de febre oropouche é considerado um caso importado, uma vez que o paciente possui histórico de viagem para o Amazonas, onde a doença tem apresentado aumento nos índices de transmissão nos últimos meses. O resultado do exame foi divulgado pela SES-RJ, que assegura que o paciente não precisou ser internado e está apresentando boa evolução clínica.
Febre oropouche
A febre oropouche é causada por um arbovírus, não possuindo tratamento específico. A recomendação médica é repouso e acompanhamento constante. Para aliviar os sintomas, que são semelhantes aos da dengue, podem ser prescritos analgésicos e antitérmicos comuns.
Os sintomas, que duram entre dois e sete dias, incluem febre, dor de cabeça, dor nas costas e nas articulações, podendo também ocorrer tontura, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos. Em alguns casos, há ocorrência de encefalite.
Transmissor da doença
Diferentemente da dengue, a transmissão da febre oropouche não se dá pela picada do Aedes aegypti, mas por outros mosquitos, especialmente o Culicoides paraensis, conhecido como maruim.
Estes mosquitos proliferam em ambientes úmidos durante períodos de calor, não se limitando a áreas rurais, mas estendendo-se a ambientes urbanos com presença de água e matéria orgânica, como hortas, jardins e árvores. Além disso, o Culex quinquefasciatus, conhecido como pernilongo, também pode atuar como vetor.
Febre oropouche na Amazônia
No Brasil, a febre oropouche tem sido registrada na região amazônica desde a década de 1970. O estado do Amazonas tem apresentado surtos expressivos, com 1.674 casos confirmados laboratorialmente nos dois primeiros meses de 2024, superando o total registrado no ano anterior, que foi de 995 casos. Outros estados, como Acre e Rondônia, também têm registrado surtos.
Recentemente, o Ministério da Saúde e a Fiocruz promoveram a 1ª Oficina para Discussão das Ações de Vigilância, Assistência e Pesquisa em Febre do Oropouche, em Manaus, com o intuito de desenvolver estratégias de investigação e estabelecer critérios para diagnóstico e acompanhamento clínico da doença. A Fiocruz alerta para a possibilidade de expansão da febre oropouche pelo país, enquanto a SES-RJ descarta, até o momento, a circulação do vírus no estado.
*Com informações da Agência Brasil