Em 2023, o desmatamento na Amazônia caiu em 50%, comparado ao ano anterior – este é o melhor índice desde 2018. Em oposição, o Cerrado registrou aumento de 43% para o mesmo período, atingindo números históricos. Esses são dados do sistema Deter, divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Amazônia
Os dados se baseiam na Amazônia Legal, que inclui os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. Nesse sentido, a área com alertas de desmatamento foi de 5.152 km². Em 2022, o número havia atingido 10.278 km².
Dentre os estados com maiores índices, está o região do Pará e Mato Grosso, com área de vegetação de 1.902 km² e 1.408 km², respectivamente.
A queda geral pode estar associada ao aumento no número de operações, contra o desmatamento, que ocorreram pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Segundo o órgão, nos onze primeiros meses de 2023, houve o aumento em 114% dos autos de infração aplicados, por crimes contra a flora na Amazônia. Os embargos subiram 73%, as apreensões, 72%, e a destruição de equipamentos,153%.
O Banco de Dados Global de Emissões para Pesquisas Atmosféricas reforça ainda que a queda do desmatamento na Amazônia evitou o lançamento na atmosfera de cerca de 250 milhões de toneladas de gás carbônico.
Cerrado
Na contramão, o Cerrado registrou aumento de 43% – foram 7.828 km² de área desmatada. Cabe ressaltar que este bioma ocupa mais de 20% do Brasil e dentre os estados com maiores índices estão o Maranhão (1.765 km²), seguido pela Bahia (1.727 km²).
Segundo dados do Mapbiomas, somente cerca de 12% do Cerrado está em alguma área de conservação ou terra indígena, o que pode levar a um baixo índice de proteção. Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente lançou, no final de 2023, um Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), que visa, dentre outras ações, alcançar o desmatamento zero na região, até 2030.
Yanka Senna*