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    ‘Colômbia’ mandou matar Bruno e Dom no AM, confirma PF

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    Para a Univaja, “achado” da Polícia Federal é previsível e apressado em dar resposta ao crime

    A Polícia Federal do Amazonas diz ter “forte convicção” de que Ruben Dario da Silva Villar, o “Colômbia”, é o autor intelectual dos assassinatos do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips.

    As mortes ocorreram em junho de 2022 na região do Vale do Javari, no Amazonas.

    De acordo com o ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas Alexandre Fontes, que esteve à frente do órgão durante grande parte das investigações, “Colômbia”, o mandante, teria planejado as mortes em razão da fiscalização à pesca ilegal realizada por Pereira, que trazia grandes prejuízos ao grupo criminoso.

    Villar, que inicialmente foi dado como de origem peruana, é na verdade colombiano, segundo a PF, também foi indiciado por uso de documento falso.

    Ele teria utilizado uma certidão de nascimento falsa para poder trabalhar no Brasil. Também foi constatado que ele possuí uma identidade peruana falsa.

    Resultado previsível

    Questionado sobre as informações prestadas pela polícia, nesta segunda-feira, e se elas representam um passo adiante nas investigações, o assessor jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliésio Marubo, foi taxativo:

    “O resultado foi previsível. Desde a morte, já indicávamos nessa direção. Temos os elementos que o próprio Bruno [Pereira] havia indicado: que Colômbia era o gerente do grupo criminoso e é o mentor intelectual do crime”.

    Marubo complementou:

    “Mas, há financiadores e há outros envolvidos que a PF não trouxe para o inquérito. Entendo, portanto, que a PF está se precipitando para dar qualquer resposta no processo que já está em fase bem avançada”.

    Cenário criminoso

    Na avaliação do advogado, o fato de a PF trazer “Colômbia” para a posição de mandante não desmantela o cenário criminoso.

    “Eu entendo que ‘Colômbia’ é um personagem de uma trama que envolve políticos e empresários na região. O fato se desenha melhor quando relembramos que, na data das mortes, os prefeitos de Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Tabatinga ficaram superpreocupados com os criminosos. Inclusive, enviaram seus procuradores para defendê-los”.

    Perguntas sem respostas

    De acordo com Marubo, há ainda perguntas sem respostas. Por exemplo, citou saber qual interesse dos políticos em apoiar os criminosos e quem está pagando sua defesa, inclusive de ‘Colômbia’.

    “Uma coisa é certa: se não houver uma ampla atuação na região, teremos mais mortes. Pois esses criminosos ainda estão lá. E irão continuar as atividades do crime mesmo com a presença das autoridades na região. O trabalho da imprensa investigativa é quem vai trazer novos elementos”.

    Quarto participante

    As investigações da PF apontaram ainda um quarto participante do duplo homicídio: Edivaldo da Costa de Oliveira (irmão do “Pelado”), responsável por emprestar a espingarda utilizada para matar as vítimas e ter atuado também na ocultação dos corpos.

    No processo, o Ministério Público Federal denunciou Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”, e Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”, pelo assassinato de Bruno e Dom.

    Todos eles estão presos.

    De acordo com o superintendente da PF do Amazonas, “Colômbia” deve ser indiciado pelos assassinatos nos próximos dias.

    Ocultação dos cadáveres

    A Polícia Federal informou ainda que finalizou a análise sobre a ocultação dos cadáveres e encaminhou à Justiça federal, com o indiciamento de cinco pessoas.

    Foi constatado o envolvimento de um adolescente no crime, o que levou também ao indiciamento dos demais envolvidos por corrupção de menor.

    Em relação ao inquérito que investigou a prática de pesca ilegal e associação criminosa armada, este também foi encerrado. Foram indiciadas dez pessoas. As investigações seguem.

    Audiências remarcadas

    Na sexta-feira (20), a Justiça federal no Amazonas remarcou as primeiras audiências do processo que investiga os assassinatos no Valeu do Javari.

    As audiências estavam marcadas para ocorrer de hoje até quarta-feira (24), mas foram canceladas por problemas técnicos e devem ocorrer de 20 a 22 de março.

    Serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa e os réus, segundo o juiz da vara de Tabatinga, Fabiano Verli.

    Leia mais:
    Justiça do Amazonas nega soltar acusados de matar Bruno e Dom
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    Mais informações.

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