O Amazonas apresenta redução de 28% nos casos de malária na comparação entre janeiro a junho de 2021 com o mesmo período de 2020. Apesar da redução, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) alerta que o estado está em sazonalidade da doença, que ocorre a partir da vazante dos rios, trazendo estabilização dos criadouros do mosquito Anopheles, transmissor da malária.
A malária tem relação direta com o regime pluviométrico. Com a estabilização de criadouros, a tendência é ocorrer o aumento dos casos da doença. A expectativa da Vigilância em Saúde Ambiental do estado é que sejam registrados 52,2 mil casos de malária até dezembro deste ano.
Até esta quarta-feira (23/06), foram registrados 20.245 casos. Já de janeiro a junho de 2020, o quantitativo de confirmações da doença foi de 28.016. Os dados parciais constam no Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica – Malária (Sivep-Malária), do Ministério da Saúde.
A Vigilância em Saúde Ambiental está monitorando o cenário de malária no estado e aponta a necessidade de se intensificar as medidas preventivas com implementação de ações de controle de malária para evitar o aumento dos casos e proteger a saúde da população.
O diretor-presidente da FVS-AM, Cristiano Fernandes, aponta que é preciso reduzir o impacto da vazante dos rios Negro e Amazonas. “O Amazonas concentra 40% dos casos de malária no país, sendo o estado com maior registro de notificações da doença no Brasil. Quando tomadas as ações de prevenção, é possível evitar surtos de malária diante de qualquer alteração do perfil epidemiológico do estado”, disse.
Entre os casos de malária registrados neste ano, 80% ocorreram pela espécie parasitária Plasmodium vivax, 19,97% ocorreram por Plasmodium falciparum, e os demais 0,02%, por outros tipos de parasitas. De acordo com o chefe do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-AM, Elder Figueira, a quantidade de casos da doença com o parasita Plasmodium falciparum no Amazonas costumava estar, historicamente, entre 10% e 15% dos casos.
“Esse aumento é considerável e preocupante, porque é um tipo de malária que pode agravar muito mais rápido, levando o paciente rapidamente a óbito. Por isso, os gestores devem intensificar as ações de controle à malária, principalmente, voltados para o parasita Plasmodium falciparum”, alerta o chefe do DVA/FVS-AM.
A maior parte dos casos positivos de malária registrados em 2021 está em área indígena (39,70%) e área rural (39%). Os demais casos estão localizados em áreas urbanas (10,82%), assentamento (5,65%), garimpo (3,16%) e acampamento (1,66%).
Municípios
Entre os casos registrados em 2021, os dez municípios do Amazonas que mais registraram malária são: São Gabriel da Cachoeira (3.652); Barcelos (3.508); Manaus (1.206); Tapauá (1.185), Santa Isabel do Rio Negro (1.119); Carauari (1.098); Guajará (864); Atalaia do Norte (671); Tefé (661); Maués (601); Lábrea (597); Canutama (591); Humaitá (556); e Manicoré (476).
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(*) Com informações da assessoria