O plantio de grãos de soja vem ganhando ainda mais espaço no interior do Amazonas. Para impulsionar esse crescimento, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) e suas vinculadas (Idam, Adaf e ADS), tem fomentado a aplicação de novas tecnologias nos campos de plantio dos municípios para auxiliar o produtor.
A produção, que tinha como base os municípios de Humaitá e sul de Canutama, agora incorpora Boca do Acre (distante 1.028 quilômetros de Manaus), que se destaca também como responsável por elevar a quantidade de plantio no sul do estado, chegando em 2019/2020 a 500 hectares de área plantada somente no município, de acordo com dados do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) da localidade.
A cultura da soja iniciou em Boca do Acre no ano de 2019, por iniciativa do produtor rural, Adalberto José Moreto, proprietário da Fazenda Annasara, localizada na rodovia BR-317, Km 105. Em 2019/2020, ele plantou inicialmente 500 hectares do grão em área degradada, que foi recuperada para ser lavoura de produção de soja, obtendo uma produtividade de 1,6 mil toneladas.
O produtor já tinha experiência na pecuária, trabalhando com gado de corte e de elite, piscicultura, e iniciou na produção de lavoura com a cultura do milho, para suprir o consumo da propriedade com silagem e rações concentradas a base de proteína para alimentação dos animais. Ele afirma que a soja foi um experimento que deu muito certo.
“Tivemos um excelente resultado, tanto de qualidade como de rendimento por hectare produzido na primeira safra. Ficamos muito satisfeitos e resolvemos integrar de fato a atividade agrícola e a pecuária, aumentando a eficiência do nosso sistema produtivo, já que a nossa região possui um grande potencial e áreas planas que são propícias e, se otimizadas de forma estratégica, podemos intensificar as lavouras e tornar nossa região altamente produtiva”, destacou.
Na visão dele, a expansão da área cultivada com grãos de soja no Amazonas não é uma tendência, é uma necessidade, assim como o agronegócio em geral, fazendo uso de tecnologias com profissionalismo, responsabilidade e respeito às leis para produzir com sustentabilidade mesmo em áreas pequenas e obter bons resultados e rentabilidade.
Crescimento – Em 2020/2021, o plantio aumentou para 850 hectares, e a produção agrícola no município tem uma projeção de colheita para este ano de cerca de 2,8 mil toneladas. O período de plantio da soja na fazenda acontece nos meses de setembro a outubro, e o período de colheita, entre fevereiro e março.
Para a safra 2021/2022, a expectativa do produtor é de fazer o plantio de 1.500 hectares em área própria e arrendada, fortalecendo ainda mais no sul do estado o cultivo do grão. A produção obtida na Fazenda Annasara é 100% destinada à exportação, mediante parceria comercial com uma exportadora que compra a produção e destina para vários países.
Na avaliação do secretário titular da Sepror, Petrucio Magalhães Júnior, o Programa Agro Amazonas, desenvolvido pelo Governo do Estado, tem apoiado a produção de grãos no sul do Amazonas.
“O município tem um potencial muito grande não só para a pecuária. Nós temos lá um rebanho com boa sanidade, com boa genética, com tradição na produção, e também uma agricultura familiar pujante, mas a produção de soja que a gente observa em Boca do Acre anima bastante a todos nós amazonenses, porque nós precisamos buscar novas matrizes econômicas e acreditamos ser perfeitamente possível conciliar a produção de alimentos à produção de grãos com o meio ambiente sustentável”, disse o secretário.
Sustentabilidade – Propriedade adquirida há 17 anos, a Fazenda Annasara introduz sistemas eficientes que otimizam o uso das áreas produtivas, de modo que não haja agressão ao meio ambiente, sempre com responsabilidade para que o sistema produtivo seja sustentável, economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto.
Adalberto José tem essa preocupação e utiliza a tecnologia que contribui significativamente para melhorar a qualidade do solo, a eficiência e precisão do cultivo, associando tecnologias, planejamentos, investimento em pesquisa das melhores soluções e tipo de culturas que melhor se adequam à propriedade e ao modelo do sistema.
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Com informações da Assessoria*