O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) usou cerca de R$ 13 milhões do dinheiro público para propaganda do chamado “tratamento precoce” contra o coronavírus (covid-19).
Conforme reportagem especial do site Congresso em Foco, assinada por Guilherme Mendes, o governo de Bolsonaro pretendia divulgar remédios ineficazes contra a doença, segundo estudos e testes científicos. Entre eles, cloroquina, hidroxicloroquina e tamiflu.
Para isso, distribuiu cotas de veiculação de propaganda até o final de 2020 em emissoras de rádio, TV e outdoors em todo o país.
A propaganda chegou ao Amazonas. Rádios de Manaus e Parintins entraram na divisão do bolo publicitário. Por exemplo, a Alvorada, Boa Vontade e Aleluia.
Aliás, o rádio foi o meio preferido para propagandear o “tratamento precoce”. Das 259 notas fiscais relativas à campanha, 189 foram essas emissoras.
Entre as TV, a grande beneficiada foi a Record, da igreja Universal.
Amazonas, alvo preferencial
O Amazonas como alvo da campanha de Bolsonaro é simbólico. Afinal, é o estado que mais sofre com a epidemia no país. Além disso, o Ministério da Saúde mandou uma força-tarefa para pressionar a Prefeitura de Manaus a usar o kit dos remédios nas UBS.
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