Ao mesmo tempo em que a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, começava a se espalhar e os números de casos e mortes cresciam exponencialmente, de março a maio de 2020, registros de trabalho infantil também aumentavam no país. As ações que constataram trabalho entre crianças e adolescentes subiram 271% se comparadas ao mesmo período do ano passado.
É o que apontam números da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, órgão vinculado ao Ministério da Economia, com base no banco de dados da Inspeção do Trabalho. As informações foram obtidas pelo Metrópolespor meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
De março a maio deste ano, foram feitas 653 fiscalizações que constataram trabalho infantil. No mesmo período de 2019, tinham sido 176 constatações.
Além disso, o número de estabelecimentos fiscalizados também aumentou: foram 636 empresas alvo de inspeção de março a maio deste ano e 128 no mesmo período do ano passado.
É o que apontam números da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, órgão vinculado ao Ministério da Economia, com base no banco de dados da Inspeção do Trabalho. As informações foram obtidas pelo Metrópolespor meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
De março a maio deste ano, foram feitas 653 fiscalizações que constataram trabalho infantil. No mesmo período de 2019, tinham sido 176 constatações.
Além disso, o número de estabelecimentos fiscalizados também aumentou: foram 636 empresas alvo de inspeção de março a maio deste ano e 128 no mesmo período do ano passado.
A única queda registrada entre os dois anos foi o de autos de infração emitidos: 103 e 177, em 2020 e 2019, respectivamente.
De acordo com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, as fiscalizações apenas resultam na lavratura de autos de infração quando o empregador se recusa a aplicar as medidas de proteção necessárias à segurança física e psicológica do adolescente trabalhador.
“Os índices de regularização têm se mostrado altos e, por isso, poucos são os casos que resultam na lavratura de autos de infração”, explicou a secretaria em nota.
Segundo o órgão, a alta foi puxada pelo mês de maio no qual, após o lançamento do programa de fiscalização Proteção do Adolescente Trabalhador, houve uma “variação atípica por existir uma relação entre o aumento de fiscalização de empregadores no mês e a pandemia da Covid-19”.
O programa, segundo o governo, tem o objetivo de alcançar condições seguras de trabalho para os adolescentes no contexto da pandemia.
Segundo o advogado Carlos Nicodemos, especialista em direito de crianças e adolescentes, mesmo que as fiscalizações tenham aumentado, o governo não vem atuando de forma correta no combate ao trabalho infantil.
“A operação de fiscalização não opera a premissa dos direitos das crianças e adolescentes, envolvendo o Sistema de Garantia dos Direitos, mas, sim, fiscais de trabalho. [Com isso] As crianças passam a ser testemunhas de uma infração administrativa, e não vítimas em situação de violação de vários direitos”, explicou.
Anos anteriores
Não fosse a pandemia, no entanto, a fiscalização do trabalho infantil no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria caído, a exemplo de 2019.
Com exceção do ano de 2016, quando o governo federal realizou 385 ações fiscais com constatação de trabalho infantil, 2019 foi o ano com menos constatações desde 2009. No total, o primeiro ano de Jair Bolsonaro na Presidência teve 631 ações que constataram casos de trabalho infantil.
As inspeções em empresas também foram as menores desde 2009 – exceto, novamente, pelo ano de 2016. Em 2019, foram 399 fiscalizações em empresas. Além disso, 2019 foi o ano com menos autos de infração desde 2013.
Leia mais:
Mortalidade infantil no Amazonas foi a sexta maior do país em 2018
Ministério lança campanha para prevenir obesidade infantil
Mão de obra infantil irregular ainda preocupa no Amazonas
Com informações do Jornal Metrópoles*