O secretário-geral da ONU, António Guterres, reafirmou que o mundo enfrenta “uma grave emergência climática que acontece agora e para todos”. Segundo ele, “a mudança climática avança ainda mais rapidamente do que o previsto por grandes cientistas e supera os esforços para resolvê-la”.
A afirmação foi feita durante a reunião sobre o clima que acontece em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e se encerra nesta segunda-feira (1º). O chefe das Nações Unidas destacou que a cada semana ocorre uma nova devastação relacionada ao clima, mencionando inundações, secas, ondas de calor, incêndios e grandes tempestades.
“Soluções existem”
Guterres disse que o movimento para melhorar a ação climática em nível mundial ainda não é suficiente. E disse esperar que essa situação venha a melhorar após a Cúpula de Ação Climática marcada para setembro, em Nova York.
Segundo o chefe da ONU, “soluções existem.. A primeira é que sejam transferidos os impostos para o carbono, para que tributem a poluição e não as pessoas”.
Em segundo lugar, Guterres defende o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis. Para ele, “o dinheiro dos contribuintes não deve ser usado para aumentar os furacões, espalhar as secas e as ondas de calor e derreter os glaciares”.
Por último, Guterres defende o fim da construção de novas centrais de carvão até 2020. Ele propõe que haja lugar para “uma economia verde, não uma economia cinza.” Ele quer ainda que a nova infraestrutura seja inteligente e favorável ao clima.
Energia sustentável
O secretário-geral disse que é preciso fornecer energia sustentável, limpa e acessível aos mais de 800 milhões de pessoas no mundo que ainda vivem sem acesso à eletricidade. Energia solar é uma das áreas que deve receber investimento.
Guterees pede “uma mudança rápida e profunda” na forma como se fazem negócios, como é gerada energia, e como são construídas cidades e alimentado o mundo. Para o chefe da ONU, na última década foram reveladas as ferramentas para isso.
Ele fez um apelo a todos os líderes, de governos e do setor privado, para que “apresentem planos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 45% até 2030”. Movimento nessa direção deve ocorrer na cúpula de setembro ou o mais tardar até dezembro de 2020. A ONU pretende também que seja alcançada a neutralidade do carbono até 2050.