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    Ex-ministros do meio ambiente denunciam recusa de transição da equipe de Bolsonaro

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    Em reunião inédita nesta quarta-feira em São Paulo, oito ex-ministros se uniram contra ao que chamam de desmonte de políticas ambientais. O grupo de profissionais que atuaram nos governos Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer alertam para consequências da continuidade das ações do governo de Bolsonaro.

    O ex-ministro do Meio Ambiente de Michel Temer, Edson Duarte, aproveitou o encontro para denunciar uma recusa da nova gestão em analisar documentos e levantamentos preparados pela gestão anterior.
    “Por um princípio ético, não cabia a mim fazer uma análise do ministro que estava entrando. Nós montamos todas as condições para uma boa transição, nos apresentaram uma comissão e passamos para eles todas as informações em um documento”, disse Duarte.

    Ao fim da breve reunião fechada, os ex-ministros divulgaram um comunicado de pouco mais de três páginas e é  composto por uma série de críticas e alertas sobre as consequências da continuidade das ações praticadas pelo atual governo.
    O grupo acusa o presidente e o atual ocupante da pasta, Ricardo Salles (NOVO), de estarem revertendo todas as conquistas das últimas décadas. Conquistas que “não são de um governo ou de um partido, mas de todo o povo brasileiro”, segundo destacou mais de uma vez Marina Silva, que ocupou o Ministério entre 2003 e 2008.

    Representando quase 30 anos de gestão do Meio Ambiente do País, os ex-ministros fizeram questão de destacar que tem diferenças políticas e ideológicas, mas, uma intenção em comum, a de ingressar com ações judiciais contra o desmonte de órgãos de fiscalização e controle ambiental e interlocução com órgãos como a Procuradoria-Geral da República.
    “Estamos diante de um risco real de aumento descontrolado do desmatamento na Amazônia. Os frequentes sinais contraditórios no combate ao crime ambiental podem transmitir a ideia de que o desmatamento é essencial para o sucesso da agropecuária no Brasil. A ciência e a própria historia recente do País demonstram cabalmente que isso é uma falácia e um erro que custará muito caro a todos nós”, diz trecho do comunicado.
    O desmonte das ações de fiscalização contra o desmatamento ilegal na Amazônia, segundo o documento, coloca em risco a continuidade do combate ao crime organizado e à corrupção presentes nessas ações.

    O atual ministro Ricardo Salles lançou uma nota rebatendo seus colegas. “O atual governo não rechaçou, nem desconstruiu, nenhum compromisso previamente assumido e que tenha tangibilidade, vantagem e concretude para a sociedade brasileira”, destacou. “Mais do que isso, criou e vem se dedicando a uma inédita agenda de qualidade ambiental urbana, até então totalmente negligenciada”.

    Vale lembrar que no fim de março, o governo anunciou um corte de 187 milhões de reais do orçamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Cerca de 96% da verba dedicada ao combate de mudanças climáticas foi cortada. Em menos de um semestre de governo, Salles já acumulou desafetos e instabilidade a órgãos estratégicos como ICMBio e Ibama.
    Rubens Ricupero, Gustavo Krause, José Sarney Filho, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc, Izabella Teixeira e Edson Duarte assinaram o documento e segundo o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc (2008-2010), a reunião terá um desdobramento: “”Vamos ao Congresso, ao Supremo, ao Ministério Público. Isso não se esgota hoje”.

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