O Exército e a Polícia Militar realizam na manhã desta segunda-feira (09/01) um cerco ao acampamento golpista em Brasília. Mais de 40 ônibus removeram ao menos 1.500 radicais bolsonaristas para a superintendência da Polícia Federal —o número exato de pessoas será divulgado após triagem.
As informações são da Comunicação Social do Exército. Ainda não há definição do que vai acontecer. Segundo fontes da Polícia Federal, a situação depende de quais crimes serão imputados a cada um dos detidos.
A reportagem do UOL apurou que os bolsonaristas serão fichados e alguns podem responder por tentativa de golpe de Estado. A estimativa da PF é que foram enviados 1.200 golpistas em 50 ônibus (mas esse não é um número oficial).
Os golpistas não ofereceram resistência e aceitaram entrar nos ônibus, segundo um oficial militar. Ainda há algumas pessoas no acampamento —foi permitido a elas recolher seus pertences. Eles chegaram cantando o hino nacional à PF, onde serão identificados. Haverá uma separação entre os que foram ao ato terrorista ontem e os que estavam apenas acampados. Os agentes não sabem exatamente o que vai acontecer, estão esperando ordens superiores.
1.500 golpistas podem ter escapado. Estima-se que 200 acampados ocupavam o local até a última sexta-feira (6). No final de semana, depois da convocação nas redes bolsonaristas, acredita-se que esse número subiu para 3 mil pessoas.
Decisão do ministro Alexandre de Moraes determinou prisão de extremistas e verificação nos hotéis, onde estariam os financiadores da tentativa de golpe. Reportagem do UOL presenciou bolsonaristas que saíram sem serem importunados, mesmo com a área cercada por centenas de viaturas e milhares de homens das forças de segurança. Estes não são casos isolados. Pessoas com camisa verde e amarela deixavam hotéis de Brasília ao amanhecer.
Como é o acampamento
Na frente do QG do Exército fica uma praça, e atrás dela está outro quartel. A praça é grande, maior do que dois quarteirões. Toda essa área está cercada por forças de segurança.
As barracas dos extremistas chegaram a ocupar boa parte da praça em 2022, mas com a posse de Lula em 1º de janeiro a atividade golpista minguou e só restaram as barracas mais próximas à calçada que margeia a avenida que passa na frente do QG.
O acampamento tem dois restaurantes, contêiner com chuveiro, geradores e palco com sistema de som. Todos os dias as caixas d’água eram abastecidas por caminhões pipa. Também havia serviço de coleta de lixo por parte do governo e limpeza dos canteiros da praça.
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