Em mensagem governamental lida na sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas manhã desta terça-feira, 2, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), fez duras críticas ao ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB) e expôs números que apontam a ampliação da rede estadual de saúde durante a pandemia do novo coronavírus.
Sem citar o nome de Arthur Neto, Lima disse que em 2020 a Prefeitura de Manaus“simplesmente virou as costas para a pandemia” e “fez de conta que não tinha responsabilidade com a saúde dos manauaras”. Segundo o governador, de mais de 200 Unidades Básicas de Saúde), a prefeitura disponibilizou apenas 18 para atender pacientes com Covid-19.
“Alguns dos que hoje cobram de mim, lá atrás não fizeram as cobranças devida. Hoje mudaram de postura e veem a pandemia como palco político, infelizmente. Ano passado, a Prefeitura de Manaus simplesmente virou as costas para a pandemia, fez de conta que não tinha responsabilidade com a saúde dos manauaras. Das mais de 200 Unidades Básicas de Saúde, o Executivo Municipal só disponibilizou 18 para atendimento da Covid. (…) E detalhe: só funcionavam de segunda a sexta e no horário comercial”, disse Lima.
O governador disse que “o abandono da saúde é refletido no percentual de cobertura da atenção básica” e, sem citar números, afirmou que a capital amazonense tem o menor percentual de atendimento básico de saúde. Lima também disse que vidas poderiam ter sido salvas “se o executivo municipal tivesse feito a sua parte”.
“Enquanto famílias estavam enlutadas e os profissionais da saúde continuavam lutando, exaustos, o prefeito então vivia no seu mundo onírico, vendo a crise da saúde como uma oportunidade de autopromoção, em brigas políticas e ataques, como continua até hoje. Ele e seus seguidores que não conseguem enxergar um palmo a frente. A história vai cobrar isso”, afirmou.
De acordo com Lima, desde outubro de 2020, o estado aumentou em 134% o número de leitos clínicos e de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que saltou de 457 para 1.348. Segundo o governador, o Hospital Delphina Aziz, que tinha apenas dez leitos de UTI em 2018, agora tem 150 leitos e todos os andares estão sendo utilizados para atendimento.
Lima também disse que as prateleiras da Cema (Central de Medicamentos do Amazonas) estavam “simplesmente vazias” há dois anos. O estoque, segundo o governador, aumentou de 12%, em 2018, para 75%, em 2021.
O governador disse que os 61 municípios receberam 875 leitos clínicos para atendimento de pacientes e o Amazonas elevou em 576% a quantidade UCIs (Unidades de Cuidados Intermediários). “O interior nunca teve e hoje existem em todos os hospitais do interior. Nós temos um planejamento. Começamos pela implantação das UCIs. Elas evitam que o paciente precise de um leito de UTI”, disse o governador.
Wilson Lima citou a falta de oxigênio no Amazonas ao afirmar que “o nosso inimigo é muito perigoso e feroz”. Conforme o governador, o estado vive um “cenário de guerra com operações complexas” para garantir oxigênio para pacientes e 60 mini usinas que produzem oxigênio (quatro já estão em operação) estão sendo montadas em unidades de saúde do interior e da capital.
“(O coronavírus) fez, por exemplo, a demanda de oxigênio crescer de maneira avassaladora. Assim que detectamos que teríamos problemas com o fornecimento, comunicamos o governo federal e montamos uma força-tarefa para normalizar o abastecimento. Hoje, temos uma situação mais estabilizada, mas não resolvida”, disse Lima.
Imunização
Sobre as vacinas contra a Covid-19, Lima disse que todas as doses foram separadas e enviadas aos municípios junto com os insumos necessários para a aplicação. Segundo ele, os critérios foram estabelecidos pelo Ministério da Saúde e os nomes de quem recebe a vacina no âmbito estadual são de conhecimento dos órgãos de controle.
O governador disse que determinou que nenhum servidor estadual seja indevidamente vacinado e, caso algum servidor que ocupa cargo comissionado fure a fila de vacinação, será demitido. “Se houver fraude por parte de quem quer que seja, que ocupe comissionado, haverá exoneração imediata”, disse Lima.
Wilson agradeceu o presidente Jair Bolsonaro pela força-tarefa criada pelo governo federal para atender pacientes na crise causada pela segunda onda de infecção no estado.
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*Com informações do Portal Amazonas Atual