Uma reportagem do Estado de S. Paulo mostrou que o Ibama pretende comprar, em regime de urgência, retardante de chamas para usar em áreas do Pantanal. Segundo o jornal, a aquisição foi orientada pelo ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente).
Em agosto, o Ministério do Meio Ambiente anunciou a utilização da substância contra queimadas em área da Amazônia Legal.
O uso de produto químico retardante de fogo para combater queimadas, como na Chapada dos Veadeiros, já foi adotado antes. A comunidade da Chapada se revoltou contra o uso do material químico.
Bombeiros relatam que o incêndio na Serra do Cipó, em Minas Gerais, também usou retardante contra as chamas.
Procurado, o ministério não se manifestou. O Ibama afirmou que o combate químico é muito usado em outros países, como EUA e Canadá, e que frente a potenciais perdas “prescindir do uso de produtos pouco tóxicos seria ignorar a preponderância dos ganhos versus os riscos”.
Orientação do Ibama
O retardante de chamas requer uma série de cuidados em sua aplicação e deve ser aplicado somente em último caso.
As recomendações constam de uma nota técnica do Ibama, datada de junho de 2018.
Um dos cuidados recomendados pelo texto é a suspensão do “consumo de água, pesca, caça e consumo de frutas e vegetais na região exposta ao produto pelo prazo de 40 dias, considerando que os produtos se degradam em cerca de 80-90% em 28 dias”.
Segundo o parecer técnico, o Fire Limit, que é usado no Brasil, é biodegradável, não é composto por metais pesados e apresenta baixa toxicidade para humanos e determinadas espécies aquáticas.
A nota afirma que deve-se evitar o uso do produto em APAs (Áreas de Preservação Permanente).
O documento também especifica as distâncias mínimas em relação a corpos de água para aplicação do retardante, que vairam de 30 metros a 500 metros.
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Com informações da Folha de S.Paulo*