Faltando dois dias para a reabertura gradual do comércio de serviços não essenciais, em Manaus, muitos comerciantes resolveram se antecipar em diferentes bairros. O descumprimento do decreto de suspensão das atividades foi possível notar em diversos bairros.
A reportagem percorreu pontos da capital e constatou movimentação e aglomeração, por exemplo, em lojas de roupas, calçados e acessórios, produtos de setores classificados pelo governo como não essenciais. Outros serviços como salão de beleza e barbearia também estavam de portas abertas. Consequentemente, o trânsito de veículos também ficou intenso nesses locais.
Na Zona Leste de Manaus, bairros como São José e Mutirão já tinham lojas abertas quase que normalmente na manhã de sábado.
Na Zona Norte, no bairro Nova Cidade, a situação não era muito diferente da encontrada na região Leste. Muitos carros e pessoas dividiam espaço. Barbearias e lojas de variedades também seguiam abertas.
No bairro Japiim, Zona Sul da capital, serviços como os de copiadoras e assistência técnica em telefones celulares também foram vistos funcionando.
Pelo decreto que proíbe o funcionamento de serviços considerados não essenciais, só podem abrir estabelecimentos voltados à alimentação, como supermercados em geral, atacadistas e pequenos varejos alimentícios, além de padarias (exclusivamente para venda de produtos) e restaurantes (somente modalidade delivery, entrega em domicílio).
Também são liberados estabelecimentos com venda de alimentos e medicamentos para animais. Os serviços de distribuição de água, gás, energia, telefonia e internet, considerados essenciais, também têm funcionamento garantido.
Bancos, cooperativas de créditos e loterias também têm funcionamento mantido, devendo atender aos protocolos de segurança para evitar a aglomeração de pessoas nas áreas interna e externa do estabelecimento. São liberadas ainda oficinas mecânicas e estabelecimentos de venda de peças automotivas, materiais elétricos e de construção, estes preferencialmente em delivery.
Plano de reabertura
O Governador do Estado, Wilson Lima, apresentou, nesta semana, o plano de reabertura gradual do comércio de atividades não essenciais, que irá ocorrer a partir do dia 1º de junho, segunda-feira. A medida vale somente para capital. O afrouxamento nas medidas de isolamento social ocorre, segundo o governo, após redução no avanço da Covid-19 no Amazonas, que até a manhã deste sábado (30) totaliza 38,9 mil casos confirmados.
Estudo
Com as medidas de isolamento sendo descumpridas e a abertura do comércio não essencial, um estudo apresentado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeam) prevê um novo pico explosivo de coronavírus para o início de junho em Manaus – ainda mais intenso do que o primeiro, que teria sido no início de maio.
Segundo a pesquisa, existem, pelo menos, 85 mil pessoas infectadas pelo coronavírus só em Manaus (cerca de 10% a 15% da população), e que qualquer medida de afrouxamento no distanciamento social pode representar aumento expressivo no número de pessoas contaminadas. Durante as semanas observadas, segundo a pesquisa, o nível de isolamento social era de 40%, considerado baixo.
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Com informações do G1*