O presidente Jair Bolsonaro ganhou o prêmio de racista do ano da Survival International, movimento global que atua na defesa dos direitos indígenas. Pelo menos dez lideranças indígenas protestaram em frente à Embaixada Brasileira em Londres nesta quinta-feira 14 contra as ações governamentais e declarações do presidente que atacam as comunidades.
Os líderes indígenas participam da jornada Sangue indígena: Nenhuma Gota A Mais organizada pela APIB – a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. Eles pedem aos europeus que boicotem o agronegócio brasileiro até que seus direitos sejam respeitados.
O protesto ocorre depois de pelo menos dois graves ataques contra as populações indígenas. No dia 4 de novembro, o líder Guajajara Paulo Paulino foi morto a tiros no Maranhão. Conhecido como Lobo Mau, ele era um guardião da floresta na Terra Indígena Arariboia, fiscalizava e denunciava invasões na mata.
Além do crime, o posto da FUNAI para proteger a Terra Indígena Vale do Javari, lar de indígenas isolados, no oeste da Amazônia, também foi atacado recentemente por invasores armados.
Antes de Bolsonaro já foram condecorados com o prêmio racista do ano: o presidente Khama da Botsuana e o então deputado brasileiro Luis Carlos Heinze (PP-RS), hoje senador, que disse que os povos indígenas do país deveriam ser deixados para morrer de fome.