Mutirão de serviços levou centenas de venezuelanos nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (13) ao Posto de Triagem e Interiorização da Operação Acolhida, na Torquato Tapajós em Manaus. Diversos serviços de cidadania são oferecidos aos refugiados por meio da Operação Acolhida.
Para cada serviço oferecido foi estipulado um número limitado de vagas. Entre os serviços mais procurados nesta manhã estava o de solicitação de residência na capital amazonense, o de emissão do CPF e da Carteira de Trabalho.
“São apenas oitenta vagas, eu cheguei 22h e já tinham mais de 100 pessoas na minha frente”, disse à Rede Amazônica o imigrante Abdias Castillo.
Ruben Rivera estava ansioso. Há quase dois anos em Manaus ele queria solicitar a interiorização para o estado de São Paulo. “Lá em São Paulo está meu irmão e ele disse que ela está melhor para encontrar trabalho”, contou.
Inês Perales chegou ao Brasil em janeiro e também queria transferência para outra cidade, no caso, Curitiba. “Aqui não consegui muito trabalho”, disse.
Os imigrantes venezuelanos e de outras nacionalidades que não conseguiram atendimento serão orientados sobre outras datas para solicitação de residência, interiorização ou emissão do CPF e Carteira de Trabalho.
O Posto de Interiorização e Triagem da Operação Acolhida foi inaugurado neste mês para atendimento a migrantes e refugiados venezuelanos. O posto tem a finalidade de prestar atendimento aos diferentes grupos de pessoas que chegam, com variados graus de vulnerabilidade e necessidades. Desse modo, facilita-se a detecção de violações de direitos e de possível aliciamento para o tráfico de pessoas e para o trabalho em condições degradantes, entre outras situações.
Acolhimento
Iniciada em 2018, a Operação Acolhida realiza o trabalho de recepção, identificação e acolhimento de venezuelanos que chegam ao Brasil pela fronteira com o estado de Roraima. As Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) prestam apoio à operação com ações em infraestrutura, transporte, saúde e administração.
Primeira missão de natureza humanitária em território nacional, a operação é coordenada pelo Ministério da Defesa, em parceria com agências da Organização das Nações Unidas (ONU), sociedade civil e instituições do Poder Público federal, estadual e municipal.
Refúgio
O Amazonas é o quinto estado que recebeu o maior número de venezuelanos no processo de interiorização dos imigrantes, realizado pelo Governo Federal. Ao todo, foram 503 venezuelanos que passaram pelo processo na capital amazonense.
A onda imigratória iniciou em meados de 2017, quando venezuelanos começaram a chegar na cidade e acampar na rodoviária da capital. Com a demanda cada vez mais alta, a cidade passou por processos de adaptação para receber os imigrantes, que ficam distribuídos em abrigos voluntários pela capital.