Interior passa a contar com unidades fixas para prevenção e combate a incêndios
Dezesseis municípios do interior do Amazonas passam a contar com unidades fixas do Corpo de Bombeiros, com a implantação dos Grupamentos Integrados de Combate a Incêndio e Proteção Civil (GCIP). A medida integra um conjunto de ações voltadas ao fortalecimento da resposta a emergências, especialmente incêndios florestais, com entrega de viaturas e equipamentos de grande porte.
As viaturas entregues são as primeiras desse tipo a chegarem ao interior do estado. Os grupamentos permitirão atuação integrada entre Corpo de Bombeiros e prefeituras, com resposta mais ágil às ocorrências. O reforço é considerado inédito na estrutura do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas.
Critérios técnicos definiram os municípios contemplados
Os municípios selecionados — Apuí, Autazes, Atalaia do Norte, Barcelos, Boca do Acre, Careiro Castanho, Coari, Envira, Itapiranga, Jutaí, Lábrea, Manaquiri, Manicoré, Maués, Novo Aripuanã e Tapauá — foram escolhidos com base em critérios como demanda operacional, número de habitantes e localização geográfica.
Durante a entrega, prefeitos e representantes municipais destacaram a relevância dos novos equipamentos para a atuação local em casos de incêndios.
“Isso nos dá uma garantia de ter esse apoio importante com uma ferramenta que vai permitir enfrentar qualquer sinistro que possa acontecer no nosso município”, afirmou o prefeito de Atalaia do Norte, Denis Paiva. A vice-prefeita de Apuí, Dilma Porto, também ressaltou o impacto da medida: “Todos os anos sofremos muito com os focos de incêndio; será de extrema importância para o nosso município”.
Como funciona o GCIP
O GCIP foi criado com base na Lei Federal nº 13.425/2017 e regulamentado no Amazonas pela Lei Estadual nº 6.987/2024. A proposta é levar a municípios sem unidades fixas dos bombeiros uma estrutura mínima de resposta a emergências. Cada grupamento é coordenado por militares da corporação e recebe apoio de brigadistas e estrutura fornecida pelas prefeituras.
O investimento total para a implantação do projeto é de R$ 25 milhões — R$ 21,5 milhões repassados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e R$ 3,5 milhões oriundos do Governo do Estado.
Reforço também para Manaus
Além das entregas para o interior, a capital Manaus também recebeu uma viatura do tipo Auto Bomba Florestal (ABF), seis picapes voltadas a operações em áreas de difícil acesso e uma ambulância para atendimento pré-hospitalar. Foram distribuídos ainda diversos equipamentos, como roupas de proteção florestal, escadas, capacetes, desencarceradores, extintores, lanternas, motosserras, luvas e óculos de proteção.
Recursos do Fundo Amazônia
Outra fonte de financiamento para as ações de combate a incêndios no estado virá do Fundo Amazônia. O Amazonas garantiu R$ 45 milhões por meio de articulação com o Governo Federal. A primeira parcela, de R$ 21 milhões, foi repassada em janeiro de 2025 e será destinada à execução do ProAmazon, projeto que prevê a compra de 10 viaturas Auto Bomba Tanque, 16 pick-ups e outros equipamentos que complementam os GCIPs.
A licitação para aquisição dos itens está prevista para ocorrer até o segundo semestre de 2026. Os recursos foram liberados pelo BNDES após solicitação do governo estadual, com o projeto tendo sido elaborado em outubro de 2023.
Ampliação do efetivo e valorização profissional
Desde 2019, o efetivo do Corpo de Bombeiros no Amazonas quase dobrou: passou de 692 para 1.347 militares, resultado do concurso realizado em 2021 — o primeiro em 11 anos. Nesse período, também foram investidos mais de R$ 19 milhões em viaturas, jet-skis, quadriciclos, ambulâncias e outros equipamentos.
Em 2024, o valor das diárias pagas aos profissionais que atuam em campo no combate às queimadas foi reajustado em 55%. Segundo o governo, a medida tem o objetivo de valorizar os servidores e reforçar as ações de preservação ambiental.
