Foi aprovado, no dia 31 de maio, o relatório da senadora Zenaide Maia (PSD-RN) quanto à MP dos Mais Médicos (1.165/2023). Ao todo foram 90 emendas acatadas, sendo uma delas a sugestão do deputado Sidney Leite (PSD-AM) quanto à inclusão da Telessaúde.
De acordo com o deputado, a telemedicina pode auxiliar na prestação do serviço de saúde à comunidade ribeirinha e indígena: “Os recursos da telemedicina darão suporte e reduzirão as filas que hoje estão na atenção básica […] O texto promete aproximar especialistas da atenção básica em regiões como o Amazonas, teremos uma capacidade de resolutividade imensurável, descompressão da fila e por fim uma melhor prestação de serviço para a população”, afirma.
A MP segue agora para a votação no plenário da Câmara dos Deputados.
IMPORTÂNCIA DA TELEMEDICINA NO AMAZONAS
A telemedicina é capaz de auxiliar no acesso aos cuidados de saúde em regiões remotas. Uma das principais vantagens do serviço é a possibilidade de conectar pacientes e médicos, independentemente da distância física que os separa, realizando consultas virtuais, diagnósticos, orientações e tratamentos iniciais. A tecnologia pode ainda atuar com o monitoramento contínuo dos pacientes.
Segundo dados da Demografia Médica no Brasil 2023, o Amazonas é o terceiro estado do Brasil com menos de dois médicos por mil habitantes.
Este índice aumenta ainda mais quando se fala no interior do Estado do Amazonas e comunidades mais afastadas, o que leva a salários exorbitantes, como R$ 135mil/mês para médicos atuarem em regiões distantes da capital.
Segundo o Consultor Técnico – Gestão em Saúde da Associação Amazonense de Municípios, Januário Neto, a maior deficiência são para médicos especialistas, como urologistas, endocrinologistas e neurologistas. Já os municípios mais carentes de atenção básica são os localizados no Alto Solimões, Alto Rio Negro, Rio Juruá, Rio Purus e Rio Madeira.
Dessa forma, a telessaúde pode equilibrar este quadro e atuar na atenção básica.
“A telemedicina é uma alternativa para regiões mais remotas onde não conseguimos prover nem fixar médicos, para que a gente consiga atender as pessoas com o mínimo de dignidade possível, garantido assistência médica, ainda que remota”, explicou Januário Neto.
TELESSAÚDE NAS COMUNIDADES INDÍGENAS
Nas comunidades indígenas, a falta de acesso adequado a médicos e especialistas é ainda maior e isso dificulta o diagnóstico e o tratamento de doenças, além de agravar problemas de saúde existentes.
De acordo com o Consultor, o Núcleo Técnico da Associação de Municípios está estudando novas tecnologias, para otimizar o serviço da telessaúde. Dentre essas tecnologias, estaria a possibilidade de ter parâmetros fisiológicos, como exames de sangue, imagens e ultrassonografia à disposição do médico que está atendendo remotamente de forma a garantir a assistência integral do paciente.
Com as mudanças propostas pela MP, há priorização em territórios indígenas, quilombolas e ribeirinhos. Além disso, o texto final propõe o envio de médicos do programa para áreas indígenas. “Quero parabenizar a senadora Zenaide que é relatora e quero também agradecer por priorizar a população originária, a população indígena onde há um vazio, mas reconhecendo a necessidade de fixação de profissionais médicos nos distritos sanitários indígenas”, finalizou o deputado Sidney Leite.
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Com informações da Gazeta da Amazônia*