Polícia do AM inaugura núcleo para combate da violência doméstica

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Núcleo de Combate ao Feminicídio, na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), pretende diminuir os casos de violência doméstica contra mulheres, que teve aumento de 40% no primeiro semestre de 2020.

A Polícia Civil (PC) inaugurou o Núcleo de Combate ao Feminicídio, na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), situada no bairro Jorge Teixeira, na Zona Leste de Manaus, na manhã desta sexta-feira (7).

A unidade surgiu para combater o aumento de casos de violência doméstica contra mulheres, que subiram cerca de 40% no primeiro semestre deste ano, o que resulta em pelo menos 10 mil casos, segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates.

Ainda de acordo com Bonates, o número de casos não está dividido por pessoas, mas por ocorrências. “Há muitos casos nos quais são registradas várias ocorrências para uma mesma mulher”, disse.

O objetivo da unidade é investigar homicídios consumados ou tentados, que tenham mulheres como vítimas. Bonates mencionou a importância da denúncia por parte das mulheres que sofrem de violência.

O núcleo funcionará nas dependências da DEHS. Segundo a delegada-geral Emília Ferraz, o núcleo trabalhará em conjunto com as três Delegacias Especializadas em Crimes contra a Mulher (DECCMs), localizadas nas Zonas Centro-Sul, Sul/Oeste e Norte/Leste, a fim de realizar atividades policiais integradas.

De acordo com a deputada Alessandra Campêlo, o aumento de casos de violência doméstica contra mulheres ocorreu mundialmente, durante a pandemia do novo Coronavírus. “É um absurdo que estejamos em 2020 e mulheres sejam assassinadas simplesmente por serem mulheres, por companheiros que muitas vezes não aceitam o fim de uma relação”, afirmou.

A deputada disse, também, que os casos de feminicídio começam com violência de natureza psicológica e , que, normalmente, se desenvolem para agressão física, podendo culminar na morte da vítima. “Qualquer pessoa que saiba que uma mulher está sendo agredida pelo companheiro pode ligar para o 180 ou 190, caso a agressão esteja ocorrendo naquele momento”.

Segundo a delegada-geral, antes da criação do núcleo, os homicídios contra as mulheres eram investigados pela DEHS. “Portanto, não havia um olhar especial para os casos de feminicídio”, disse.

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*Reportagem do Portal A Crítica