Etapa 2 do ‘Mais Médicos’ não cobre déficit em DSEIs

0
493
Cerca de 1,4 mil médicos formados do exterior se inscreveram no 'Mais Médicos' (Foto: Bruno Guimarães)

O número de inscritos no segundo edital do Mais Médicos, destinado a brasileiros formados no exterior, não vai chegar a cobrir o déficit de profissionais em Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) do Amazonas, deixado pela saída de cubanos do Programa.

Um total de 80 médicos não se apresentou ao serviço no primeiro edital. Eram 92 médicos esperados, mas só 12 compareceram efetivamente aos postos de trabalho – cerca de 13% do total de inscritos.

O segundo edital, que deveria suprir esta demanda, nem chegou a preencher o total de vagas ofertadas pelo Governo Federal. Das 81 oportunidades abertas, apenas 77 médicos brasileiros se interessaram pelas vagas nos DSEIs desta vez.

Cerca de 1,4 mil médicos formados do exterior se inscreveram no ‘Mais Médicos’ (Foto: Bruno Guimarães)

Os médicos inscritos nesta segunda fase tinham até esta sexta-feira (29) para se apresentar ao serviço e confirmar atuação. Ainda que todos comparecessem, na contramão total do que ocorreu no edital anterior, ainda faltariam quatro médicos para preencher o quadro em aberto nos Distritos Indígenas do Amazonas.

Há carência de profissionais em todos os sete DSEIs do Amazonas. O menos prejudicado é o Distrito de Manaus, que atende a capital, entorno e Alto Rio Negro. Lá, quatro médicos, de 10 que estavam inscritos, apareceram para o serviço. Já nos Distritos Rio Purus e Vale do Javari, no Alto Solimões, nenhum médico selecionado no primeiro edital se apresentou.

Os dados são do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems-AM).

Médicos cubanos no aeroporto de Brasília, voltando ao país de origem após saída do Programa Foto: Sérgio Lima/Poder360

Saída de cubanos

Os editais para inserção de brasileiros no Mais Médicos foram publicados pelo Ministério da Saúde após o governo de Cuba decidir sair do programa. O país caribenho citou como motivo “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” feitas pelo presidente Jair Bolsonaro à presença dos médicos cubanos no Brasil.

Com o anúncio, cerca de 8 mil médicos cubanos deixaram seus postos no Brasil e voltaram para o país de origem. Nesta semana, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse pretende regularizar a situação de cerca de 2 mil médicos cubanos que permaneceram no país após o rompimento do governo de Cuba com o Programa Mais Médicos.

*Por Jamile Alves, do Projeta