MP que individualiza contribuições sindicais ‘enfraquece mobilizações’, avalia Adua

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Uma medida provisória do Governo Federal publicada no dia 1° de março, às vésperas do feriado de Carnaval, atingiu em cheio os movimentos sindicais ao redor do país. A MP 873/19 proíbe o desconto em folha para as contribuições de funcionários públicos federais a seus respectivos sindicatos e é alvo de críticas de docentes da Associação de docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua).

Com a decisão, as centrais e organizações sindicais de todo o país ficam obrigadas a recolher individualmente as contribuições dos trabalhadores para receita.

O assunto foi tema de uma assembleia de professores sindicalizados, na quinta-feira (21), na sede da Adua. O objetivo da reunião foi traçar estratégias para diminuir os efeitos do desmonte.

Para a primeira secretária da Associação de docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua), professora Ana Cristina Martins, as intenções do atual presidente já eram evidentes desde o período eleitoral. Segundo ela, há uma tentativa de diminuir os movimentos estudantis.

“Ao longo da campanha já havia uma desqualificação e criminalização dos movimentos estudantis e docentes que eram tratados como desgaste político e agora foi certeiro nas contribuições sindicais, já que não temos como fazer mobilização sem receita”, disse.

Ana Cristina Martins disse ainda que a MP desvia o foco de assuntos centrais. “A medida que a gente sai da esfera das decisões coletivas para as individualizadas isso não só enfraquece como também desvia o foco principal que é a reforma da previdência”, completou.

Ao fim da reunião, docentes contrários a MP assinaram uma lista, que deve percorrer outras unidades da Universidade Federal para engajar mais professores à causa.